quarta-feira, 9 de novembro de 2011

No inverno de um tempo muito distante algo se rompia, uma história, duas vidas, ou uma apenas, quem saberá se ela não amou sozinha?
Ocasionalmente ele chegou e a interrogou: Porque fizestes tudo aquilo para mim? Quando foi que deixei de demonstrar qualquer sentimento por ti?
Ela, parada, com o coração dilacerado, tentando de todas as formas esconder a dor disse: Eu não fiz nada, quem fez foi você.
Os dois tinham culpa, a indepedência dela e a dormência dele para algumas coisas. Ela enxergava o mundo muito independente, como se todos soubessem ler os pensamentos dela. E ele... ah ele achava que o mundo girava em torno dele, ele estando parado à frente de uma máquina.

A partir daquele momento morria a história, apagavam-se as memórias e concertava-se o tempo - que não volta-, rasgavam-se as cartas, as fotos, doavam-se os cd's, afinal ele deixou praticamente todos os cds dele na casa dela.
Com o tempo, muitos objetos dele foram encontrados, mais fotos, mais cd's. Ela esconde do novo namorado, esconde da família, dos amigos. E tentou fingir que esquecia na velha casa, mas aquele acervo teima em perseguí-la, devolveram para ela. Volta e meia ele vem à cabeça, o telefone toca, ela corre para atender diz ele: Vamos correr no parcão hoje? Ela sorri e diz: Sim, estou quase chegando, difícil é achar algum lugar para estacionar ali por perto, argumenta, tentando disfarçar a tristeza na voz. Antes de desligar ele diz: Vem logo que eu estou morrendo de saudade.

Até.